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Existe uma frase famosa de um poema bem antigo que questiona: QUEM VIGIA O VIGILANTE? Nas últimas semanas, o Brasil meio que reescreveu essa frase, em outro contexto. Um bem bizarro, até. E agora nos perguntamos: QUEM MATOU O MATADOR?

Pedrinho na prisao

Pedro Rodrigues Filho nasceu em outubro de mil novecentos e cinquenta e cinco, em Santa Rita do Sapucaí, uma cidade no interior de Minas Gerais. Segundo ele mesmo, em recentes entrevistas, sua infância foi simples e muito difícil. Ele disse ter nascido com uma lesão craniana porque, quando sua mãe estava grávida, seu pai deu vários chutes em sua barriga durante uma briga.

O pai, que se chamava Pedro Rodrigues, teve um final até meio cármico, para quem acredita nessas coisas, e além da violência doméstica contra a esposa, ainda agrediu muito o filho na infância e adolescência.

De certa forma, a trajetória de Pedrinho seguiu a regra: uma infância traumática pode tornar uma pessoa cruel e criminosa. Ele fugiu de casa aos nove anos de idade, na tentativa de deixar para trás esse cenário triste, e acabou indo morar com parentes em São Paulo. Ainda nessa idade, cometia pequenos crimes, como roubos e furtos. É bom lembrar que estamos falando da década de sessenta, quando a polícia não estava tão equipada e nem a cidade estava tão grande quanto é hoje.

Mas esse foi só o início da carreira. Logo aos onze anos já é creditado a Pedrinho o assassinato de Jorge Galvão, um traficante de Itaquera. Mais tarde, ele também mataria o irmão e o cunhado de sua primeira vítima. O estrago estava feito: antes dos dezoito anos, ele já tinha dado fim a inúmeras vidas.

Um detalhe interessante é que o próprio Pedrinho dizia que sentiu vontade de matar pela primeira vez aos treze anos de idade, quando teve uma briga com um primo e o empurrou dentro de uma máquina de moer cana. Eles trabalhavam no alambique do avô e ele pegou o cavalo do primo para passear. O garoto não gostou e, no meio da briga, ele pensou em jogá-lo no moedor de cana, porque achava que uma pessoa iria passar pela máquina como uma cana passa.

Apenas o braço do garoto ficou preso no moedor, e os capatazes/trabalhadores do alambique tiveram que tirar ele de lá. Mas, segundo Pedrinho, ele finalizou o assassinato do primo, abre aspas, picando ele com facão, fecha aspas. Essa foi a primeira vez que ele foi a um juizado, acompanhado do avô, mas não foi preso pela morte do primo. Segundo Pedrinho, naquela época, era COMUM esse tipo de confusão em roça, então parece que o juiz simplesmente DEIXOU PRA LÁ. 

A frieza do gesto de empurrar uma pessoa em uma máquina desse porte já demonstra que tinha algo MUITO errado na mente do garoto. Aos quatorze anos, voltou para Santa Rita, e lá disse ter cometido um dos seus assassinatos mais famosos. Pedrinho passou a vida contando como matou o prefeito da cidade, depois que ele demitiu seu pai, acusado de roubar merenda enquanto trabalhava como guarda escolar. Depois, matou o vigia da escola, que ele acreditava ser o verdadeiro ladrão. 

Só que, muito recentemente, veio à tona uma história diferente: esse tal prefeito teria morrido de causas naturais, aos setenta e dois anos, na década de oitenta. 

Um detalhe é que Pedrinho jamais deu nome aos bois, e só dizia ter matado o prefeito. Pode ter sido um prefeito de outra cidade, ou um ex-prefeito, ou ele pode ter simplesmente inventado tudo, jamais saberemos. Mas é fato que, cruzando as informações que Pedrinho dava sobre sua idade quando cometeu o crime e o prefeito da cidade na época, as coisas não batem.

De toda forma, ele gostava de contar que esse assassinato ocorreu por vingança, já que seu pai tinha sido vítima de injustiça. 

E, mesmo gostando da fama de perigoso, Pedrinho passou a vida fugindo. Após cometer crimes no interior de Minas, ele volta a São Paulo, onde se envolve com uma viúva de um líder do narcotráfico. Conhecida como Botinha, a mulher estava em busca não apenas de um novo romance, mas de alguém capaz de assumir, digamos assim, os negócios do falecido marido. Pedrinho pegou para si a responsabilidade e suas próximas vítimas eram rivais do tráfico, como se estivesse eliminando a concorrência.

Ele virou o líder da facção de Botinha até que ela mesma foi morta pela polícia. Pedrinho conseguiu fugir e migrou seu negócio de tráfico para Mogi das Cruzes, antes mesmo de fazer dezoito anos. E, em Mogi, conheceu e se apaixonou por Maria Aparecida Olímpia. Não há muito sobre ela nas fontes que pesquisamos, mas é possível que ela tenha engravidado e sofrido um aborto espontâneo, o que deixou o casal muito triste.

Pouco tempo depois, ele encontrou a amada morta a tiros, e não sossegou até descobrir quem a teria matado. Torturou muita gente na região de Mogi para saber o nome do assassino e, quando disseram se tratar de um traficante rival, Pedro foi mais uma vez movido pelo ódio e sede de vingança. Só que, dessa vez, não matou apenas o suposto assassino de Maria Olímpia, mas outras seis pessoas, durante uma FESTA DE CASAMENTO.

Outras dezesseis pessoas ficaram feridas depois dessa chacina cometida por Pedrinho e quatro amigos. 

Aí, foi pego pela polícia e, preso em setenta e três, aos dezoito anos, foi condenado a cento e vinte e oito anos de prisão. Mas… ele foi o maior assassino do Brasil, e até agora não contamos VINTE vítimas de seu ódio… cadê os outros?

Pois é: existem histórias que creditam a Pedrinho o assassinato de QUARENTA E OITO PESSOAS DENTRO DA PRISÃO. Incluindo sabe quem? Pedro, seu PAI.

Quem já viu Dexter, a série do serial killer que mata as pessoas que a justiça não consegue pegar, vai se lembrar do personagem agora, porque Pedrinho, a essa altura, já estava dizendo que só matava pessoas que não prestavam.

Inclusive, em um parêntese, ele disse inúmeras vezes que o sonho de sua vida era matar o maníaco do parque, Francisco de Assis Pereira, que pegou mais de duzentos anos de prisão pelo estupro e morte de onze mulheres no parque do Ibirapuera.

Na carreira de Pedrinho dentro da prisão, que durou boa parte de sua vida adulta, ele participou de rebeliões, matou outros presos durante motins e somou as tais quarenta e oito vítimas por algum senso de justiça que ele tinha dentro de si. Mas três, em especial, chamam muita atenção.

A primeira é a de um outro preso, condenado por estupro, que Pedrinho teria matado enquanto os dois estavam algemados, dentro do camburão, a caminho do presídio. 

A outra foi quando degolou outro preso que era acusado de assassinar a irmã, que Pedrinho considerava um AMIGO, mas que, abre aspas, tive que matar, fecha aspas.

E um de seus crimes mais famosos foi a morte de seu próprio pai. Os dois estavam cumprindo pena na mesma cadeia e Pedrinho ficou sabendo que Pedro, o pai, matou sua mãe a golpes de facão. Foram vinte e um golpes, diziam, o que fez com que Pedrinho conseguisse uma peixeira, na cadeia, e desse vinte e dois golpes no pai, por pura vingança.

Muita gente dizia que Pedrinho chegou a comer o coração de Pedro, mas ele mesmo desmentiu essa história em uma entrevista após sair da prisão. Ele disse que mastigou um pedaço, mas jogou fora. Ok, né?

Talvez essa informação não surpreenda ninguém, MAS Pedrinho andava pelo presídio com uma arma na cintura, que ele pegou de um policial depois de trancá-lo em uma cela e espancar o carcereiro. 

Pedrinho sempre acreditou em seu código de conduta, digamos assim, e sempre se orgulhou dele. Batia no peito para dizer que matava apenas gente que não prestava, embora isso fosse subjetivo. Afinal, ele já matou simplesmente por não gostar da pessoa que estava presa com ele, e não porque era um homem definitivamente ruim. O cara podia ter sido preso por roubar comida, mas se fosse, nas palavras de Pedrinho, BICHA, ele matava. Ou seja…

Inclusive, dentro da prisão, ele fez uma das suas tatuagens mais icônicas, no braço, com as palavras MATO POR PRAZER. Nessa altura do campeonato ele já estava famoso por sua frieza e pelo número de vítimas que alegava ter, e foi exatamente nessa altura da vida que recebeu, dos companheiros de presídio, o apelido de PEDRINHO MATADOR.

E, de certa forma, ele alimentava essa fama quando fazia questão de ser um lobo solitário. Disse que sempre recebeu convites para fazer parte de quadrilhas, comandos, mas não queria: seu orgulho era dizer que agia sozinho. E que nunca matou crianças, mulheres e pais de família, como se isso desse ainda mais firmeza ao seu código de honra… 

Na prisão, muitos queriam matá-lo, e ele disse que matou muitos para não morrer. Por isso, foi acumulando penas que, ao todo, chegaram a quatrocentos anos de prisão. 

No Brasil, é comum que, mesmo em penas centenárias, o condenado cumpra apenas um terço. Nosso sistema penitenciário é MUITO FALHO, mas as regras de cárcere foram feitas na crença de que o preso pode se ressocializar após cumprir sua dívida com a sociedade. Sendo assim, não podemos ter prisão perpétua. 

Contudo, Pedrinho cumpriu MUITO mais do que MUITA gente com a ficha criminal similar a dele. Ao todo, ficou quarenta e dois anos encarcerado. Em dois mil e sete, foi solto pela primeira vez e, quatro anos depois, voltou à prisão condenado por crime de motim e cárcere privado, ambos os crimes ocorridos durante o cumprimento da pena anterior, e por lá ficou por mais oito anos.

Quando finalmente saiu, em dois mil e dezoito, vendia sua imagem como a de outro homem. Literalmente: ele VENDIA sua participação em podcasts, programas de televisão… e até seu canal de YouTube, criado em dois mil e vinte e um, tem como título EX-PEDRINHO MATADOR.

Na descrição de seu canal, que fala o tipo de conteúdo que as pessoas vão ver, ele diz, abre aspas,

Imaginem alguém que começou a receber as pancadas da vida ainda na barriga da mãe? Era matar ou morrer.

Ex-PEDRINHO MATADOR: EU NÃO SOU O MONSTRO, este é meu verdadeiro canal que tem como propósito mostrar o dia-a-dia de PEDRO RODRIGUES FILHO,  conhecido como Pedrinho Matador,  mostrar que quando o desejo da mudança é sincero, o universo conspira a favor pondo as pessoas certas nos lugares certos. Até mesmo aqueles que são vistos e estigmatizados como o mal podem encontrar a  luz

, fecha aspas.

Depois, ainda faz propaganda do livro onde promete contar sua verdadeira história.

Biografia de Pedrinho Matador

O então Pedrinho EX Matador conseguiu juntar treze mil inscritos em seu canal e fazia vídeos curtos contando sobre sua vida pós-prisão, além de participar de inúmeros programas de rádio, podcast e televisão comentando o sistema carcerário e a criminalidade no Brasil.

Sem filhos, sem esposa, com alguns membros da família por perto, um ou outro amigo próximo e acompanhado de perto por uma psiquiatra, ele tentava se recolocar na vida em sociedade de uma forma completamente diferente daquela que lhe deu a fama e o apelido, mas sua história fora da prisão foi muito breve.

Há poucas semanas, em março de dois mil e vinte e três, Pedro Rodrigues Filho foi morto a tiros na porta da casa de sua irmã, em Mogi das Cruzes, em São Paulo, estado para onde fugiu, ainda criança, tentando se afastar da violência e dos abusos de seu pai.

Pedro, ou Pedrinho, morreu com sessenta e oito anos, enquanto visitava parentes. Estava na calçada quando um carro preto se aproximou, com duas pessoas. Um deles, usando uma máscara do personagem Coringa, desceu, deu tiros e cortou o pescoço do serial killer. 

Testemunhas afirmam que, pouco antes de sua morte, ele segurava um bebê no colo. Seu melhor amigo, Pablo, diz que ele afirmava ter coisas a resolver em Mogi das Cruzes, além da visita, mas ele não disse o que precisava resolver.

Pablo afirma que NÃO sabe quem matou seu amigo, mas diz que Pedrinho recebia inúmeras ameaças, que ficaram cada vez mais frequentes no final do ano passado. Segundo ele, o ex-matador não matou ninguém, nenhuma pessoa ou bicho, depois que saiu da cadeia.

Se ele realmente estava recebendo ameaças, seus assassinos podem ter encontrado Pedrinho por um descuido dele. Quatro dias antes de ser assassinado, ele postou em suas redes sociais que estava na região de Mogi das Cruzes.

O carro onde estavam os assassinos era um Gol preto, com placa da capital paulista. Um deles, vestindo máscara do Coringa, gritou para a sobrinha de Pedrinho, que estava com ele na calçada, que saísse de perto. Então, começou a atirar. 

Com Pedrinho já caído no chão, de bruços, o outro mascarado se aproximou com uma faca de cozinha e degolou Pedrinho. O SAMU foi acionado, mas ao chegar no local, constataram que Pedrinho já estava morto.

O que sabemos até agora é que Gol utilizado no crime foi encontrado pela PM 1,5km do local do crime. O caso foi registrado como homicídio qualificado na Delegacia Seccional de Mogi das Cruzes e a investigação foi assumida pelo Setor de Homicídios e Proteção à Pessoa.

Aí a gente volta ao início desse caso e pergunta: QUEM MATOU O MATADOR?

Até a resposta chegar, fica registrado nessa história macabra o laudo pericial feito pelos psiquiatras Antônio Andraus e Norberto Zoner Jr. dizendo que Pedrinho era motivado pela “afirmação violenta do próprio eu” e acometido por “caráter paranóide e anti-socialidade”. 

A criminóloga Ilana Casoy o descreveu como um “vingador”. O grande mistério é saber se, agora, Pedrinho, que antes matava por prazer as pessoas ruins, também terminou sua jornada nessa Terra por conta de uma vingança.

Roteiro: Lais Menini

Fontes

https://noticias.r7.com/sao-paulo/aos-prantos-psicanalista-de-pedrinho-matador-diz-o-que-fizeram-com-ele-foi-sacanagem-07032023

https://recordtv.r7.com/cidade-alerta/fotos/melhor-amigo-de-pedrinho-matador-revela-os-planos-do-serial-killer-07032023#/foto/6

https://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2023/03/07/prefeito-que-pedrinho-matador-diz-ter-assassinado-morreu-de-causas-naturais-em-mg.ghtml

Pedrinho Matador revelou sua localização 4 dias antes de ser assassinado (canalcienciascriminais.com.br)

Conheça a história de “Pedrinho Matador”, considerado o maior assassino em série do Brasil – O Hoje.com

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