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Emmily Rodrigues

Emmily Rodrigues Santos Gomes nasceu e cresceu em Salvador, Bahia, e por muito tempo teve como sonho de vida abrir um salão de beleza. Com a baixa das oportunidades de trabalho no Brasil, nos últimos anos, Emmily se mudou para Buenos Aires, capital da Argentina, em dois mil e dezoito.

Ela foi acompanhando um namorado e mesmo quando o relacionamento acabou Emmily decidiu tocar a vida por ali,  já que teve algumas chances de trabalhar como modelo e recepcionista de festas e eventos, e fazer um dinheirinho para, quem sabe um dia, realizar o sonho e abrir seu salão de beleza.

Quando saiu de Salvador, há cinco anos, Emmily trancou a faculdade de direito que estava cursando, e algumas fontes contam que, ao chegar em Buenos Aires, ela pretendia recomeçar a carreira universitária como estudante de medicina. Suas principais amizades na capital argentina, inclusive, eram brasileiras que estudavam medicina ou já trabalhavam na área médica por lá.

Contudo, é notório que a renda de Emmily para viver em Buenos Aires vinha de seus bicos como modelo, e não é difícil entender a razão. A baiana era linda e carismática. Em março de dois mil e vinte três, quando se tornou famosa na América Latina por uma enorme tragédia, ela contabilizava mais de doze mil seguidores em suas redes sociais.

Um deles era um famoso empresário argentino, que em alguns lugares aparece como advogado e, em outros, como empresário do ramo do agronegócio. De qualquer forma, esse seguidor, chamado Francisco Seans Valiente, de cinquenta e dois anos, é muito rico, poderoso e conhecido na noite de Buenos Aires por, “saber festejar”.

Francisco Seans Valiente

Francisco mora em uma cobertura no bairro da Recoleta, que fica na região central de Buenos Aires e é muito conhecido, primeiro pelo cemitério da Recoleta, que é mundialmente famoso por ser o lugar onde está o jazigo de Eva Perón, e também por ter bares, bistrôs e restaurantes aconchegantes, remetendo à boemia dos tempos em que poetas, escritores e políticos ficavam até altas horas da madrugada conversando nas ruas arborizadas do bairro. 

A Recoleta é um lugar de classe média alta pra cima. Um pouquinho diferente do Caballito, bairro de classe média que também fica na região central da capital argentina, e onde morava Emmily. Seu apartamento, onde morava sozinha, era alugado, pequeno, mas bem bonitinho, e Emmily tinha, da janela do quarto, uma vista exuberante da cidade de Buenos Aires.

Se você não conhece Buenos Aires, é mais ou menos assim: o centro da cidade é onde ficam os bairros mais badalados. A cidade é grande, bem grande, então obviamente nem sempre dá pra ir a pé de um bairro central a outro, a menos que você esteja com disposição para andar. 

Mas, em linhas gerais, é na região central de Buenos Aires que se concentram restaurantes, bares e boates do momento, casas de show e apartamentos incríveis para o famoso AFTER de final de noite. E, mesmo que seja uma cidade com muito nível de desigualdade social, muita gente morando nas ruas, desde a grande crise argentina do início dos anos dois mil, é um lugar considerado bastante seguro. 

Então, quando Emmily saiu com amigas para ir a um bar, na noite de vinte e nove de março de dois mil e vinte e três, vestindo uma calça pantalona de boca larga e um top rosa, com seus longos cabelos pretos soltos e esvoaçantes, ela pode ter imaginado de tudo: que a noite seria boa, que não seria tão legal, que tinha tudo pra ser incrível…

… a única coisa que Emmily não imaginou é que AQUELA seria a noite em que ela NÃO voltaria para seu apartamento em Caballito.

E que também não voltaria para sua casa no Brasil.

Na manhã de trinta de março, Emmily estava nua e MORTA em uma área privativa de um prédio de luxo na Cidade Autônoma de Buenos Aires.

Bruna Eudoro tem vinte e oito anos, é brasileira e estuda medicina em Buenos Aires. Ela é uma das melhores amigas de Emmily, com vinte e seis anos na data em que tudo aconteceu. Ela é a pessoa que se encontrou com a baiana no dia de sua morte. 

Elas e uma outra amiga saíram para jantar, e Bruna lembra que, nesse evento, Emmily estava linda, risonha e suas atitudes e sorrisos eram de uma pessoa leve, de bem com a vida. Elas ficam nesse restaurante por cerca de duas horas e depois vão para um bar, onde encontram Juliana Mourão, de trinta e sete anos. Juliana é brasileira, médica e mora há anos e anos na Argentina. 

Por volta das duas da manhã, Juliana convida Emmily, Bruna e outras amigas para um AFTER na casa de seu amigo Francis, que tem uma cobertura no Recoleta. Emmily anima o novo rolê, mas Bruna nega o convite. Ela diz,

que nesse tipo de evento, na maioria dos casos, as pessoas vão para se drogar, e não estava nessa vibe, 

Ela se despede das duas brasileiras e vai para casa, enquanto Juliana, Emmily e mais duas mulheres vão para a casa de Francis.

Francis, no caso, é Francisco Valiente, aquele famoso empresário argentino que seguia Emmily no Instagram. Nas informações que temos até agora não fica claro se eles já se conheciam pessoalmente ou só pelas redes, mas fato é que Emmily vai para sua casa e é captada pelas câmeras de segurança do edifício.

Está sorridente, tranquila, indo para um AFTER com PELO MENOS uma amiga. Se as duas outras jovens que estavam no grupo eram amigas, conhecidas ou completamente desconhecidas pela baiana, ainda não sabemos, mas as imagens mostram um grupo de jovens sorridentes, entrando em um prédio de luxo para viver a vida. 

Essa é a ÚNICA via de entrada e saída do edifício, a que tem as câmeras de segurança. Essa é uma informação importante no desenrolar desse caso, então segura aí que já, já vamos voltar a ela.

Francisco Valiente estava no mesmo bar que Emmily, Bruna e Juliana, horas antes. Conhecido como Francis na noite portenha, por suas famosas festas particulares na cobertura do Recoleta, ele tem o perfil típico do cinquentão na crise de meia idade.

Essa parte é uma opinião pessoal da Laís, que me ajudou nas pesquisas para esse roteiro, e ela coloca que, pelo pouco que temos de informação sobre o cara, nas redes sociais e nas matérias sobre o assunto, de março para cá, ele parece aquele homem que passou dos cinquenta mas tem muita vontade de voltar a ter trinta. Suas festas são sempre em torno de pessoas bem mais jovens, com muitas mulheres, álcool e drogas, e ele parece querer esbanjar sua condição privilegiada de vida através de fotos com vibe jovial e tal.

Nada contra esse tipo de perfil, mas as coisas ficam um pouco fora da curva quando muitas matérias dizem que a amizade que ele tinha com Juliana, a médica brasileira, tinha como principal objetivo o fato de Juliana levar várias garotas jovens e bonitas para festinhas particulares em que, muitas vezes, Francis era o único homem.

Como parece ser o caso dessa noite de vinte e nove de março…

Depois que as jovens entram no prédio de Francis, as câmeras de segurança ficam muitas horas sem registrar novos movimentos. É madrugada, a maior parte dos vizinhos já está dormindo, enquanto Francis, Juliana, Emmily e mais duas mulheres escutam música alta e papeiam na cobertura.

Em determinado momento do fim da madrugada, Emmily aparece de novo na câmera da portaria. Dessa vez, na câmera interna, que registra, em preto e branco, que a modelo brasileira olha a rua, tenta abrir a porta, não consegue e volta. Nesse momento, ela não aparenta sinais de nervosismo, ansiedade ou desespero.

Parecia que foi buscar uma entrega na porta e não encontrou ninguém, sabe como?

E essa é a última imagem que temos de Emmily viva. 

Por volta das oito da manhã, a festa na cobertura começa a ficar mais barulhenta, e não é pelo som da música. Uma mulher está gritando por ajuda da janela do sexto andar. É Emmily. 

Um vizinho liga para a polícia e diz que tem uma jovem gritando pela janela. A atendente pergunta o que ela está gritando e sugere,

“como se pedisse ajuda?” no que o homem responde, “é. Pedindo ajuda”,

Vinte minutos depois dessa primeira ligação, uma outra é feita, do mesmo prédio. Dessa vez, quem está na linha é uma senhora que, com o desespero estampado na voz, pede socorro para uma mulher que caiu da janela. Essa vizinha diz,

não sei se ela se jogou ou se a jogaram. Ela estava gritando por ajuda. Discutia com alguém mais velho e gritava chame o 911, chame a polícia!, 

O socorro chega e se depara com Emmily, nua, no chão da área privativa do primeiro andar do edifício. Ela é levada às pressas, de ambulância, até o hospital, mas depois de duas paradas cardíacas durante o percurso, não resiste e morre, na ambulância mesmo.

Assim, em vez de ir para o hospital, a ambulância a leva para o instituto médico legal de Buenos Aires, onde, sem roupas e documentos, o corpo da baiana é registrado como INDIGENTE. 

Apesar de ter ido para a festa com a amiga Juliana e estar na companhia de Francisco e mais duas mulheres, como a polícia apurou, Emmily é levada pelo socorro SOZINHA. Nem Juliana ou nenhuma outra pessoa entra com ela no carro para acompanhar os cuidados que seriam feitos no hospital, antes de Emmily perder completamente os sinais vitais. 

E essa é só a primeira parte esquisita dessa história toda, porque vai ressoar, na polícia e na mídia, tanto argentina quanto brasileira, a mesma dúvida daquela senhora que telefonou para a polícia: 

não se sabia no momento se Emmily se jogou do sexto andar, se caiu por acidente ou se foi jogada, ASSASSINADA, e porque. 

Como é normal nesse tipo de cena, que começa com um possível acidente e toma contornos, de homicídio ou suicídio, a polícia interrogou quem estava no apartamento, além de vizinhos e outras pessoas de interesse.

É um caso MUITO RECENTE, tem MENOS de dois meses, e muita coisa corre em segredo de justiça, então vou falar o que já sabemos até então, o que foi relatado pela polícia.

No depoimento de Juliana, a médica brasileira, temos o seguinte cenário: Emmily surta por volta de cinco para as nove da manhã, e começa a gritar e bater em Francisco, sem motivo aparente. 

Juliana diz que Emmily queria sair dali, e a própria Juliana abriu a porta várias vezes, mas que Emmily insistia em sair pela janela, em total surto psicótico. Algumas testemunhas relatam terem visto Emmily no parapeito da janela, realmente, sendo tirada dali por um homem mais velho, que até então é dado como sendo Francisco Valiente.

No testemunho de Juliana, Emmily tenta e tenta até que consegue se jogar pela janela, apesar dos esforços de todos ali, em especial de Francis, que ainda tenta segurá-la pela calça, mas que não consegue evitar o pior.

Francisco conta mais ou menos a mesma coisa, mas, até onde sabemos, nenhum dos dois depoimentos foi liberado na íntegra porque há possibilidade de que tenham inconsistências cruciais para a investigação do caso.

Voltando à Juliana, quando questionada por Roberto Cabrini, jornalista brasileiro, sobre por qual razão ela deixou Emmily ir sozinha na ambulância de socorro e, ao morrer, ser dada como indigente no IML, a médica brasileira argumenta que a baiana não levou documentos para a festa, e que em Buenos Aires a polícia médica só vai registrar um corpo com documentação, e que apesar de ser médica, ou seja, especialista em trauma, ela também é humana, e ficou em choque no momento do acontecido. Não conseguia falar ou se mover e, por isso, não acompanhou a amiga na ambulância.

Nessa mesma entrevista, Cabrini chega a perguntar a ela porque não foi ao socorro de Emmily assim que ela caiu. Mais uma vez, mesmo em choque, Juliana é médica, e é fato que Emmily ainda estava viva no chão do prédio, mas Juliana disse que era uma área privativa e, para socorrer, precisaria ter acesso ao apartamento da proprietária.

Olha, eu não sei vocês, mas se EU fosse a dona de um apartamento em que uma pessoa cai na minha área privativa, no mínimo eu deixo entrar se alguém falar que é médico. Pelo amor de Deus.

Juliana, assim como Francisco e as duas outras mulheres que estavam no apartamento, seguem como pessoas de interesse na investigação, apesar do testemunho da médica e do proprietário da cobertura afirmando que o que aconteceu foi um suicídio durante momento de surto.

O exame de necrópsia mostrou que os ferimentos de Emmily são, de fato, ferimentos de queda, mas inconclusivos para suicídio.

Não podemos negar que, às vezes, isso infelizmente acontece mesmo, um suicídio em momento de surto psicótico, ou até mesmo um surto psicótico em que a pessoa mata outra. Recentemente fizemos o caso do Austin Harrouff aqui no Casos Reais em que isso não só ficou claro como foi a causa de ele ser declarado não-culpado pela justiça americana e condenado à prisão em hospital psiquiátrico.

Mas, no caso de Emmily, e bem diferente do caso de Austin, não existem sinais claros de que um surto psicótico estava por vir, sequer que ela tinha a intenção consciente de se matar. 

“Ah, Erika, mas em festas assim com muitas drogas e tal, pode acontecer”. PODE. Mas continua aqui comigo e depois me conta se você acha, REALMENTE, que foi um suicídio, como Francisco e Juliana afirmam que foi…

Quando Emmily caiu ao chão do edifício da Recoleta na manhã de trinta de março de dois mil e vinte e três, a mídia não demorou muito para distribuir rótulos como GAROTA DE PROGRAMA. A própria Juliana fala, em entrevista para Rodrigo Cabrini, que Emmily não foi à Argentina para estudar, mas para ganhar a vida fazendo programas.

E, sem NENHUM juízo de valor sobre quem é ou não garota de programa, uma coisa ficou martelando na minha cabeça: essa história já começou com a imprensa colocando a culpa toda na vítima. Garota de programa usa drogas e se joga de prédio, era o que foi dito por veículos de mídia. 

Ela se jogou de um prédio de um empresário mega rico de Buenos Aires. Um homem influente e poderoso. Um cara conhecido na noite por suas baladas particulares com drogas e mulheres. 

Em outros tempos a gente diria que é no mínimo ESTRANHO que o feminicídio fosse pelo menos tido como possibilidade, mas hoje a gente sabe que é exatamente assim: se o cara tem dinheiro, poder e influência, há pessoas em todos os lugares fazendo de TUDO para deixá-lo longe de qualquer potencial cena de crime.

Outra coisa que fica muito estranho, se a gente leva em consideração os depoimentos de Juliana e Francis, é que, OK, ele tentou puxar Emmily pela calça para impedir que ela pulasse… mas ela foi encontrada COMPLETAMENTE NUA no chão.

Será que quando ele puxou a calça, a blusa saiu junto…? Ironia, né, gente. 

Uma das testemunhas, que a gente não sabe quem é, pois a polícia não divulgou, diz que ela tirou o top momentos antes, na tentativa de seduzir Juliana. Se isso tiver acontecido, na sala, onde estava a janela na qual Emmily teria se jogado, o top estaria ali perto, mas a polícia o encontrou no quarto de Francisco Valiente.

Outra coisa que me parece bem estranha é que Juliana disse que Emmily foi registrada como indigente porque não tinha documentos, mas nas câmeras a gente vê a baiana entrando no prédio com uma bolsa. Se não tinha identidade, pelo menos tinha celular, cartão de crédito… não tô falando que isso daria conta de identificar uma pessoa. Não sei se daria conta no Brasil, quanto mais em outro país, mas uma coisa é a pessoa estar com ZERO coisas que a identifiquem como fulana e outra é ela ter COISAS que podem ajudar pelo menos a começar uma busca pela identidade.

Por exemplo: se na bolsa pessoal ela tivesse um cartão de crédito, um celular, poderiam descobrir onde ela morava, se Juliana não tivesse essa informação, e pegar lá alguma identidade.

Isso eventualmente aconteceu, claro, porque a família foi notificada da morte, mas o que fica que nem uma pulga atrás da minha orelha é: ela não estava cercada de completos desconhecidos. UMA PESSOA que estava lá sabia quem ela era, o suficiente para dizer que ela era garota de programa e que não estudava coisa nenhuma.

Gente, se sou eu numa posição dessas… eu posso ser só CONHECIDA da pessoa, vi ela uma vez na vida, mas eu não deixo ela ser socorrida sem acompanhamento, ainda mais se ela tiver pulado por conta própria. 

Mas é aquilo né: cada um com seu cada qual. Fecha esse parêntese do juízo de valor meu porque vem o dos pais e o da amiga Bruna por aí.

Os pais de Emmily, claro, estão INDIGNADOS com a conclusão a que boa parte da imprensa e dos especialistas forenses chegaram, que é a do suicídio. Eles não aceitam essa versão porque a baiana tinha vinte e seis anos, muita alegria de viver, estava feliz, tinha um relacionamento sério em Buenos Aires, a própria amiga Bruna diz que ela estava leve, feliz, naquela noite… e ela não tinha histórico de distúrbio psiquiátrico.

Não sou médica, mas, mais uma vez, no caso do Austin Harrouff, a gente fica até incomodada de ver QUANTOS sinais tinham de que uma tragédia ia acontecer. Nesse caso da Emmily, até agora, zero sinais.

O pai de Emmily acredita que ela morreu porque foi forçada a fazer algo que não queria ou sofreu uma tentativa de estupro. Essa tese é levantada pelo advogado da família em Buenos Aires, que aponta existirem inconsistências entre o que foi colocado no relatório da autópsia, assinado pelo médico legista, e o exame das fotos do corpo por outros peritos forenses. 

Ele diz que algumas lesões evidentes NÃO foram catalogadas pelos peritos do IML. O advogado ainda levanta a bola de que o médico legista, “queria deixar claro que ela tinha consumido muitas drogas”, e que isso pode ter culminado em um incidente psicótico.

Contudo, o exame toxicológico de Emmily AINDA NÃO FOI CONCLUÍDO. E, mesmo que ela tenha consumido várias drogas, é essencial que esse exame aponte os entorpecentes como principais motivadores de um potencial surto. 

O relatório policial que está público para a imprensa diz o seguinte:

  • O corpo estava totalmente nu
  • Antes de cair, Emmily gritou desesperadamente por socorro. Uma empregada doméstica do apartamento vizinho a viu na janela com Francis Saens Valiente.
  • Que da sua chegada ao apartamento até o ocorrido aconteceu uma espécie de festa com quatro mulheres e um homem, sendo ele Francisco, e que pelo menos ELE usou drogas
  • A varredura no local após o acontecido indicou vários preservativos abertos, mas não usados e seringas, uma delas com líquido ainda a ser analisado, bem como elementos e objetos sexuais. A roupa do homem e das mulheres estava espalhada pela casa.

E é daí que vem uma informação CRUCIAL, divulgada para a imprensa em vinte e sete de abril, alguns dias depois de Francisco Valiente sair da prisão preventiva em que foi colocado quando tudo isso aconteceu: um ÁUDIO mostra claramente o que Emmily estava gritando segundos antes de cair ou ser jogada pela janela do sexto andar.

Nesse áudio, que está público, mas é bem perturbador, então, se você for uma pessoa sensível, sugiro NÃO buscar na internet, Emmily grita,

POR FAVOR! POR FAVOR! ME PICARAM!

Em um áudio que ainda não foi liberado, mas que consta dos autos, ela ainda grita algo como:

ELE ESTÁ ME MATANDO! ESSE FILHO DA P*!

Esses áudios condizem com o que as testemunhas dizem ter ouvido de gritos de socorro e de discussão antes da queda de Emmily. E, como a POLÍCIA ENCONTROU UMA SERINGA COM LÍQUIDO dentro do apartamento de Francisco, temos uma prova física que demonstra que Emmily não estava imaginando coisas.

Porque, num surto, é possível que as pessoas imaginem coisas que não são verdades. “POR FAVOR, ESTÃO ME PICANDO”, durante um surto, poderia ser a respeito de, sei lá, várias cobras imaginárias mordendo a pessoa, ou abelhas picando, ou o que for. 

Mas o fato de existirem várias seringas pela casa, uma delas com um líquido, é uma boa demonstração de que Emmily tinha um medo REAL naquele momento. Outra coisa é que, segundo especialistas entrevistados pela imprensa de março pra cá, pessoas em surto geralmente não gritam pedindo por socorro, porque não estão em contato com o mundo real.

É um delírio místico, a pessoa acha que está acontecendo algo que não está acontecendo, e geralmente se doa a esse delírio, se entrega, sem pedir socorro. 

Mais uma vez, só a título de comparação, se você ainda não ouviu o caso real de Austin Harrouff, faça isso, porque o caso dele é uma demonstração muito vívida de surto psicótico grave.

A mídia argentina pede que a polícia faça a reconstituição do dia do incidente para determinar o que aconteceu, com peritos que possam analisar a trajetória do corpo, em relação às feridas, e talvez determinar se ela se jogou, foi jogada ou pulou, em uma tentativa desesperada de se salvar do que quer que estivesse acontecendo ali.

A família, aguardando por justiça, também espera que seja feita uma autópsia psicológica, com análise em computador, celular, agenda e históricos médicos de Emmily, para que se descarte completamente a teoria do suicídio.

Por fim, nos vídeos sobre o assunto, especialmente nos de telejornais argentinos, a grande maioria dos comentários pede justiça para Emmily. Não que isso seja indicativo pericial de alguma coisa, é claro, é só a população dizendo o que pensa, mas parece ser um consenso geral que o que está acontecendo, a falta de PROVAS, EVIDÊNCIAS INCOMPLETAS e FALTA DE RECONSTITUIÇÃO DOS FATOS COM OS ENVOLVIDOS visa, apenas, proteger o empresário Francisco Saens Valiente, e não descobrir a VERDADE sobre o que aconteceu com Emmily Rodrigues, baiana de vinte e seis anos que tinha o sonho de abrir um salão de beleza.

Para a população argentina, e também para nós, brasileiros, o caso Emmily não pode ser mais um de impunidade para a proteção dos muito ricos, muito influentes, muito poderosos, quem quer que eles sejam.

Basta de violência contra as mulheres e a culpabilização das vítimas. 

Emmily gritou: ME PICARAM! Ainda há muito o que ser visto desse caso, mas que esse grito fique com a gente para nos lembrar que, o que quer que tenha acontecido naquela noite, Emmily e sua família merecem um desfecho. A verdade. Só isso. E que, se existem culpados, que sejam punidos.

É isso que o povo pede. E, de onde eu venho, costumamos dizer que a voz do povo é a voz de Deus. 

Roteiro: Lais Menini

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