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“Assassinato não é apenas um crime de luxúria ou violência. Torna-se posse. Eles são parte de você. . . a vítima se torna parte de você, e vocês dois são para sempre um. . . e os terrenos onde você os mata ou os deixa tornam-se sagrados para você, e você sempre será atraído de volta a eles.”

Por fora, a beleza quase mítica, inebriante, envolvente. Por dentro, uma mente tortuosa, doentia, psicopata. No Casos Reais de hoje, a verdadeira história de um anjo da morte.

INÍCIO DO CASO

Tudo começou entre a primavera e o verão de 1974, na região do noroeste do pacífico. A polícia estava em pânico por uma série de mulheres jovens, estudantes das faculdades de Washington e Oregon, que estavam desaparecendo em um ritmo alarmante. 

Mesmo com a quantidade de incidências e com uma área geográfica bem delimitada, a polícia tinha poucas pistas sobre quem estava por trás disso. O clima era de desespero, fazendo com que o papel da polícia na investigação dos casos fosse de certa forma questionado pelos moradores. 

Em um intervalo de apenas seis meses, seis mulheres foram sequestradas. O auge do medo e do sentimento de vulnerabilidade aconteceu Janice Ann Ott e Denise Marie Naslund desapareceram em plena luz do dia, numa praia completamente cheia e movimentada, no Lake Sammamish State Park.

Esse episódio, por mais contraditório que pudesse parecer (afinal de contas, duas mulheres desapareceram durante o dia, em uma praia movimentada, e ninguém viu nada), acabou tendo como efeito a associação de outras mulheres, que passaram a se lembrar de terem sido abordadas por um homem que realmente tentou atraí-las para seu carro, mas não conseguiu. 

Todos aqueles relatos tinham informações em comum, e algumas delas eram que esse jovem era muito atraente, usava uma tipoia no braço, dirigia um fusca marrom e seu nome era Ted. 

Depois de divulgar essa descrição ao público, a polícia foi contatada por quatro pessoas que identificaram o mesmo morador de Seattle: Ted Bundy.

Theodore Robert Bundy nasceu no dia 24 de novembro de 1946, em Burlington, Vermont, nos Estados Unidos. Filho de Eleanor Louise Cowell, Theodore não conhecia seu pai. Mas seus avós, envergonhados pela gravidez fora do casamento de sua filha, criaram Ted como seu próprio filho. Tanto que, por quase toda a sua infância, ele acreditou que sua mãe era sua irmã.

A vida com os avós era particularmente complicada. Seu avô o batia regularmente, tanto nele quanto em sua própria mãe, fazendo com que ela fugisse para morar com primos em Tacoma, Washington, quando Bundy tinha cinco anos. Foi lá que Eleanor conheceu e se casou com um cozinheiro de hospital chamado Johnnie Culpepper Bundy, que adotou formalmente Ted e deu seu sobrenome a ele.  O casamento aconteceu em 1951. 

Apesar desse gesto paternal, Ted não gostava do seu padrasto. Na verdade, ele o tratava com desprezo, dizia que ele não era muito inteligente e não ganhava muito dinheiro. Eleanor e Johnny tiveram mais quatro filhos e, apesar das tentativas de incluir Ted no convívio e na relação familiar, o garoto permanecia indiferente a isso.

No ensino médio, Ted era descrito como uma pessoa razoavelmente conhecida e querida pelas pessoas. Ele se formou em 1965, e depois se matriculou na Universidade de Puget Sound, que era perto da sua escola. Ele ficou um ano nessa universidade antes de se transferir para a Universidade de Washington para estudar chinês.

Ele abandonou a faculdade em 1968, mas se inscreveu em Psicologia. Nessa época, ele começou a namorar Elizabeth Kloepfer, uma mulher que já era divorciada e que trabalhava como secretária na Faculdade de Medicina do campus. Mais tarde, Elizabeth Kloepfer foi uma das primeiras a denunciar Ted à polícia como suspeito dos assassinatos daquela praia, no Noroeste do Pacífico.

Entre as quatro pessoas que deram o nome de Ted Bundy à polícia estava a ex-policial de Seattle Ann Rule, que conheceu Bundy por volta dessa mesma época, enquanto ambos trabalhavam no centro de crise da linha direta de suicídio de Seattle, mais um amigo próximo dele, um de seus colegas de trabalho e um professor de psicologia que havia dado aula para ele.

A questão foi que, mesmo que todas essas pessoas tivessem informando dicas à polícia que diziam claramente que Ted estava por trás de todos esses crimes, a polícia não levou esses depoimentos à frente. Eles achavam improvável que um estudante, sem antecedentes criminais, adulto, pudesse ser o criminoso; ele simplesmente não se encaixava no perfil.

E aí vem o primeiro questionamento que eu trago nesse episódio: existe perfil de criminoso?

Bom, independente de qualquer coisa, essa negação da polícia acabou ajudando Ted Bundy a deslanchar na sua carreira assassina. Por algum tempo, ele de fato enganou todo mundo: os policiais que não suspeitavam dele, os guardas prisionais das instalações que ele fugiu, as mulheres que ele manipulou, e por aí vai. O seu último advogado disse, certa vez, que ele era “A própria definição de mal sem coração”.

Bom, mas vamos voltar pra nossa linha do tempo, em 1974, onde começaram aqueles desaparecimentos.

O primeiro ataque conhecido de Ted Bundy não foi um assassinato, mas um ataque. Sua vítima era Karen Sparks, de 18 anos, estudante e dançarina da Universidade de Washington. Ted invade o apartamento da jovem e simplesmente espanca Karen com uma haste de metal da cama dela antes de violentar sexualmente com essa mesma haste. Esse episódio deixou a Karen em coma por 10 dias e com uma deficiência permanente. 

A próxima vítima de Ted Bundy e o seu primeiro assassinato confirmado foi Lynda Ann Healy, uma outra estudante da Universidade de Washington.

Tudo aconteceu mais ou menos um mês depois do que aconteceu com a Karen Sparks. Da mesma forma, Ted invadiu o apartamento de Lynda no início da manhã, agrediu a jovem, deixando-a inconsciente, violentou, matou, depois vestiu seu corpo e levou para o carro. Lynda nunca mais foi vista, depois daquele dia, mas uma parte do seu crânio foi descoberta, anos depois, em um dos locais onde Ted jogou alguns corpos de vítimas.

Depois da Lynda, Ted continuou indo atrás de outras estudantes daquela região. Era como se ele tivesse desenvolvido uma técnica: ele se aproximava das mulheres aparentando algum tipo de deficiência, ou usando a tipoia no braço, e pedia ajuda pra essas mulheres, pra que elas colocassem algum objeto dentro do carro. 

Depois disso, ele deixava essas mulheres inconscientes, estuprava, matava e amarrava as mãos e os pés, levando os corpos pra um lugar escondido dentro da floresta. Uma coisa curiosa e muito recorrente era que Ted frequentemente revisitava esses cadáveres para fazer sexo, mesmo eles já estando em decomposição. Em alguns casos, ele decapitava a vítima e guardava o crânio no seu apartamento, e dormia do lado desses crânios. Parecia até que os crânios eram como troféus, sabe? Uma coisa muito doentia. 

Nos cinco meses seguintes, Ted sequestrou e matou mais cinco estudantes universitárias: Donna Gail Manson, Susan Elaine Rancourt, Roberta Kathleen Parks, Brenda Carol Ball e Georgann Hawkins.

Por conta dessa onda de desaparecimentos, que é exatamente o ponto onde nós começamos o nosso episódio, a polícia pediu uma grande investigação e recrutou várias agências governamentais para ajudar a procurar as meninas desaparecidas. Uma dessas agências era o Departamento de Serviços de Emergência do Estado de Washington, onde ele mesmo, o Ted, trabalhava. 

À medida que essa caça ao sequestrador continuava, mais testemunhas iam até a delegacia e relatavam características que correspondiam a Ted Bundy e seu carro. Assim que os corpos de algumas das vítimas estavam sendo descobertos na floresta, ele foi aceito na faculdade de direito em Utah e se mudou para Salt Lake City. Uma mudança de cidade providencial, né. Ainda mais porque todos estavam desconfiados sobre ele.

Enquanto morava em Utah, ele continuou a estuprar e matar mulheres jovens. 

Elizabeth Kloepfer, a sua ex-namorada que o denunciou à polícia, estava ciente de que ele havia se mudado para a área e, ao saber dos assassinatos em Utah, ela chamou a polícia pela segunda vez para reafirmar sua suspeita de que Ted Bundy estava por trás dos assassinatos.

Depois de todas essas semanas de levantamento de informações e de investigações, as evidências apontavam para Ted Bundy como a pessoa principal da lista de suspeitos. Mas Ted não fazia ideia de que havia essa lista e muito menos de que a policia estava desconfiando dele. Por isso, ele continuava matando outras jovens.

Até que finalmente, em agosto de 1975, Ted foi parado pela polícia enquanto dirigia por um subúrbio de Salt Lake City. No carro, haviam alguns objetos suspeitos que logo chamaram a atenção da polícia: eram máscaras, algemas e alguns objetos cortantes. 

Mesmo que a polícia estivesse suspeitando de Ted e encontrasse esses objetos no carro, ainda assim isso não era suficiente para prendê-lo. Mas o policial, sabendo que Ted também era suspeito de outros assassinatos, o colocou sob vigilância.

Naquela época Ted não estava mais usando o fusca marrom, mas os policiais foram atrás desse fusca, que ele tinha vendido pra outra pessoa. Dentro do fusca, eles descobriram fios de cabelo combinando com três vítimas. E aí, com essa evidência, eles o colocaram em uma fila de suspeitos.

Sabe aquelas cenas de filmes onde uma pessoa está em uma sala com um vidro enorme na frente, e uma fila de suspeitos está por trás desse vidro? Então, foi assim mesmo. E acabou que o Ted foi identificado por uma das mulheres que ele tentou sequestrar.

Ele acabou sendo condenado por sequestro e agressão e enviado para a prisão enquanto a polícia tentava construir um caso de assassinato contra ele. Afinal de contas, eram muitas vítimas e muitos dados para juntar. 

Só que ao contrário do que as pessoas pensaram, ir para a prisão não impediu Ted de continuar agredindo, violentando e matando mulheres.

Ele conseguiu escapar da custódia. 

Em 1977, ele escapou da biblioteca jurídica do tribunal em Aspen, no Colorado. Como ele estava servindo como seu próprio advogado, ele teve permissão para entrar na biblioteca durante um intervalo no dia que estava acontecendo a sua audiência preliminar. Quando viu sua chance, ele aproveitou e fugiu.

Simplesmente ele pulou da janela do segundo andar da biblioteca e saiu correndo por entre as árvores antes que os guardas voltassem para ver como ele estava dentro da biblioteca. 

Depois de seis dias, ele foi encontrado dirigindo um carro roubado em Aspen e foi recapturado. 

A próxima fuga do Ted aconteceu seis meses depois, diretamente da sua cela de prisão. Ele estudou o mapa da prisão e percebeu que a sua cela ficava logo abaixo do lugar do carcereiro-chefe da prisão; e que os dois quartos eram separados apenas por um espaço de rastreamento.

Ted negociou com outro preso uma pequena serra, e enquanto seus companheiros de cela estavam se exercitando ou tomando banho, ele trabalhava no teto, raspando as camadas de gesso.

O espaço que ele fez era muito pequeno. Então ele começou a comer cada vez menos para perder peso. Mas nessa época, ele contou com ajuda. Ted namorada Carole Ann Boone, que levava dinheiro para ele enquanto estava na prisão e ele guardava esse dinheiro pra fugir. 

Quando ele terminou o buraco, se arrastou até o quarto do carcereiro-chefe, trocou seu macacão da prisão pelas roupas do homem e saiu pelas portas da frente da prisão. Simples assim. 

Assim que saiu, ele roubou um carro e partiu rumo à Flórida.

Bom, nem tudo foi tão fácil como ele achou que poderia ser. Como ele não tinha identificação, ele não conseguiu arrumar emprego, e começou a roubar pra conseguir dinheiro. 

No dia 15 de janeiro de 1978, duas semanas depois da fuga, ele invadiu uma casa de fraternidade no campus da Universidade Estadual da Flórida. 

Em apenas 15 minutos, ele atacou sexualmente e matou Margaret Bowman e Lisa Levy, espancando as duas mulheres com lenha e estrangulando com meias. Ele agrediu mais duas mulheres: Kathy Kleiner e Karen Chandler, que sofreram ferimentos horríveis, como por exemplo as mandíbulas quebradas e os dentes perdidos.

Depois disso, ele invadiu o apartamento de Cheryl Thomas, que morava a vários quarteirões de distância, e a espancou tanto que ela perdeu a audição permanentemente. No dia 8 de fevereiro, sequestrou Kimberly Diane Leach, de 12 anos, enquanto ela estava na escola, e a assassinou, escondendo seu corpo em uma fazenda de porcos.

Mas mais uma vez, o fato dele ser um motorista imprudente chamou a atenção dos policiais. Eles perceberam que a placa do carro pertencia a um carro roubado, então pararam Ted e encontraram as identidades de três mulheres mortas dentro do veículo. 

Mais uma vez, Ted Bundy foi preso e finalmente voltou à julgamento.

Dessa vez, ele tinha advogados. Mas durante todo o julgamento, ele ignorou os conselhos dos seus advogados e acabou assumindo a sua própria defesa. 

Isso acabou não funcionando, porque Ted foi condenado e colocado no corredor da morte na prisão de Raiford, na Flórida. Lá, ele sofreu abuso de outros prisioneiros (incluindo um estupro coletivo por quatro homens) e ainda casou e teve um filho com Carole Ann Boone. A Carole tinha certeza da inocência dele e fez de tudo pra tentar ajudá-lo. Em 1979, ela até foi testemunha de caráter de Ted no assassinato da Kimberly Leach, aquela menina de 12 anos. Inclusive, esse foi o primeiro julgamento televisionado na história americana. Foi nessa época que os dois se casaram. Isso só foi possível por causa de uma lei da Flórida em que duas pessoas podem se declarar casadas em um tribunal se um juiz estivesse presente.

Carole visitava Bundy com muita frequência. Algumas fontes acreditam que ela contrabandeou drogas para Bundy, através de sua vagina. E os dois até se envolveram em atividades sexuais enquanto ele estava na prisão, mesmo que as visitas conjugais não fossem permitidas. Foi nessa época que Carole deu à luz à filha dos dois, chamada Rose Bundy. O ano era 1982.

Ted Bundy foi executado na cadeira elétrica no dia 24 de janeiro de 1989. Centenas de pessoas se reuniram do lado de fora do tribunal para comemorar sua morte.

E ainda que ele tenha confessado alguns assassinatos antes de sua morte, o verdadeiro número das vítimas permanece desconhecido. De qualquer forma, as autoridades suspeitam que Ted Bundy matou de 30 a 40 mulheres, transformando-se em um dos assassinos mais cruéis da história americana. 

FIM DO CASO

Agora que você já conhece a história de Ted Bundy, eu vou recomendar alguns filmes e livros pra vocês acompanharem e continuarem pesquisando sobre esse caso. Vamos lá:

O livro “Ted Bundy: Um Estranho ao Meu Lado”, escrito pela própria Ann Rule, de 2019;

O filme “Extremely Wicked, Shockingly Evil and Vile”, que eu comentei no início do episódio;

A série: “Ted Bundy: As Sobreviventes”;

E o documentário “Ted Bundy: A Mente de um Monstro”, lançado agora em 2021. 

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