
Só para relembrar esse caso, a gente contou recentemente porque foi, de fato, muito recente, aconteceu em novembro do ano passado em Idaho, quando quatro estudantes da Universidade de Idaho foram esfaqueados até a morte em uma casa de fraternidade, que é o mesmo que as repúblicas daqui.
Além da óbvia brutalidade do crime, algumas outras coisas chocaram o mundo, como o fato de que duas pessoas estavam na casa e sobreviveram ao ataque mas só chamaram a polícia cerca de OITO horas depois, e mesmo assim para supostamente atender a uma pessoa inconsciente.
Chegando lá é que as autoridades viram que a casa dos estudantes tinha virado um verdadeiro abatedouro. Ethan, Xena, Madison e Kaylee perderam suas vidas em novembro do ano passado, e você pode ter os detalhes todos no nosso episódio CEM, confere lá.
O importante é que de lá pra cá muita coisa aconteceu, muito diz-que-me-disse da própria polícia, dizendo que a população não precisava se preocupar, porque era um ataque direcionado, mas depois a população precisava se preocupar, porque talvez não fosse um ataque direcionado, e o pânico tomando conta da pequena cidade de Moscow, em Idaho, que não registrava um caso de assassinato desde dois mil e quinze.
E, claro, boatos surgiram aos montes, teorias da conspiração, falsas pistas, e vamos falar sobre essas coisas lá no finalzinho, na conclusão, porque, até por respeito às vítimas, precisamos focar a atenção na pessoa que está presa, sob custódia da polícia, por ser o principal suspeito do caso: Brian Kohberger, um estudante de pós-graduação da Universidade Estadual de Washington e morador da cidade de Pullman, a mais ou menos seis quilômetros de distância de Moscow.
BLOCO 1: O SUSPEITO

Na época do crime, a polícia tinha uma única pista concreta, que era um carro do modelo Hyundai Elantra branco saindo em disparada ali da região da casa dos estudantes e seguindo pela rodovia estadual de Washington de número duzentos e setenta.
Esse Hyundai se tornou uma potencial pista porque várias câmeras de segurança registraram sua passagem, em especial as bem próximas à casa onde estavam os quatro estudantes de Idaho, Xena, Ethan, Madison e Kaylee, mais ou menos na hora do crime, que a polícia acredita ter sido cometido entre quatro e quatro e vinte da manhã do dia treze de novembro de dois mil e vinte e dois.
Cruzando dados relacionados a este carro, a polícia chegou a Brian Kohberger, de vinte e oito anos, que é graduado em psicologia e estava estudando criminologia na Universidade Estadual de Washington. Até o dia vinte e nove de dezembro do ano passado, era apenas um suspeito, mas hoje, em janeiro de dois mil e vinte e três, ele está formalmente acusado dos assassinatos. E eu vou te explicar porquê, mas, antes, é preciso fazer aquele disclaimer básico:
O caso é muito recente e, óbvio, está sob investigação, e tem um detalhe que é o seguinte: a justiça dos Estados Unidos impôs duas ordens nesse processo. A GAG ORDER, ou ordem de mordaça, em tradução livre, proíbe qualquer pessoa que esteja judicialmente envolvida no caso, como policiais, advogados, juízes, legistas, testemunhas e por aí vai, não podem fazer nenhum comentário FORA da corte.
Ou seja, ninguém que se apresentou trabalhando no caso ou depondo sob juramento pode dar entrevistas à imprensa ou comentar o rolê na internet, por exemplo.
A outra ordem é a ORDER TO SEAL, ou ordem de selar, que literalmente fecha e sela os documentos relacionados ao caso, então eles não podem ser vistos por ninguém, exceto pelos advogados das partes envolvidas.
Então, não adianta espernear, falar
MAS, ERIKA, É UM EPISÓDIO DE UPDATE, QUERO PROVAS!
Porque ninguém tem prova de nada, ainda, e quem disser que tem está mentindo descaradamente pra você. Então vamos com calma, com o que sabemos. Depooooois a gente levanta as teorias e tudo o mais.
Dito isso, Brian Kohberger, como eu falei, era um estudante de criminologia. E, como você deve saber, se ama maratonar CASOS REAIS, essa é a ciência que estuda a natureza dos crimes, a mente dos criminosos e suas implicações sociais. Então o Brian estudava serial killers, modus operandi, essas coisas todas.
Como todo mundo é inocente até que se prove o contrário, inclusive ELE, não vamos fazer suposições.
Mesmo porque uma das únicas declarações que a imprensa estado-unidense conseguiu dele, em off, é que ele estava chocado por ter sido preso. Das duas, uma: ou NÃO foi ele ou FOI ele e ele achou que tinha feito tudo perfeito e não era bem o caso.
As ordens de sigilo emitidas pela justiça só se aplicam aos envolvidos diretamente no caso, o que significa que muita gente que conviveu com Brian resolveu dar seu depoimento não-oficial a redes de TV e sites de fofoca. Foi assim que soubemos, através de ex-colegas de escola, que ele tem uma personalidade extremamente analítica.
Tipo, MUITO, chegando até a ser cruel, tamanha sua frieza e seu modo de ler as pessoas, como se fosse tudo preto no branco, ou é ou não é, sabe como? Um amigo dele da época de oitava série relembrou que ele ficava fascinado pela mente das pessoas, tentando descobrir porque tal pessoa age de tal jeito.
Não julgo, porque faço o mesmo: fico aqui analisando os casos e pensando porque eles aconteceram, inclusive esse… mas enfim.
Um outro colega, que esteve com ele pela última vez em dois mil e vinte e um, durante um treino com arminhas de airsoft, disse que foi muito próximo a Brian de dois mil e dez a dois mil e quatorze, ano em que se afastaram porque, abre aspas, as brincadeiras dele estavam ficando violentas demais, fecha aspas.
Esse amigo NÃO especificou como e quais brincadeiras estavam tirando Brian dos limites.
Outras fontes próximas disseram que, durante o ensino médio, ele desenvolveu vício em heroína, mas que estava sóbrio há alguns anos.
Uma garota viralizou no TikTok, dias atrás, depois de narrar um encontro esquisito que teve com Brian após conhecê-lo no Tinder. Ele se convidou para entrar em sua casa e ficou meio estranho, encostando muito nela e depois negando, fazendo umas brincadeiras inconvenientes. Então ela se trancou no banheiro, fingiu vomitar e enfim ele foi embora, não sem antes deixar para ela uma mensagem no Tinder dizendo que ela tinha, abre aspas, bons quadris de parideira, fecha aspas.
Mais recentemente, como estudante de criminologia, ele chegou a tentar estágio na polícia de Washington, mas não conseguiu. Também teve aulas com uma famosa autora de livros sobre mentes assassinas, e alguns de seus colegas disseram sempre se surpreender quando, nos estudos de caso, Brian sempre era muito rápido em dar ideias ou motivações para os crimes analisados.
O histórico não é o de um santo, claro, mas não foi por causa de nenhuma dessas declarações que Brian foi tido como suspeito e depois formalmente acusado da morte dos quatro estudantes. Não, não. Foi porque a polícia descobriu algumas evidências que colocam Brian no local e na hora do crime, ainda que a motivação para que ele supostamente tenha esfaqueado Ethan, Xena, Madison e Kaylee ainda seja desconhecida.
BLOCO 2: EVIDÊNCIAS
Lembra do Hyundai Elantra branco, aquele que as câmeras de segurança captaram saindo da região onde o crime foi cometido e passando rápido por várias ruas até chegar na estadual? Então. Brian tem um.

E obviamente ele não é o único dono de um Hyundai Elantra Branco em todo os Estados Unidos, então a polícia teve que ir um pouquinho mais a fundo nessa investigação para encontrar um motivo para acusá-lo ou descartá-lo definitivamente.
A gente sabe poucas coisas, já que a maioria das evidências está em segredo de justiça, mas o pouco que se sabe não pinta um cenário muito bom pro Brian, não…
Seguindo a pista do Hyundai, a polícia fez um levantamento de pessoas que tinham esse modelo de carro e poderiam estar nas imediações no momento do crime. Com esse recorte, conseguiram alguns nomes, dentre eles o de Brian, e começaram a observar à paisana comportamentos que pudessem levantar suspeitas.
Os agentes do FBI meio que espionaram os hábitos de Brian por QUATRO DIAS antes de decretar sua custódia sem fiança e recolher pertences que podem conter evidências através de um mandado de busca e apreensão de computadores, celulares, etc.
Ele estava passando as festas de fim de ano com os pais quando foi levado, no final de dezembro, e o interessante é que foi justamente a casa dos PAIS uma das coisas que levantavam suspeitas. Afinal, dias depois do crime, Brian foi visto descartando lixo não na sua própria lixeira, da sua própria casa, mas na de seus pais, e nas casas vizinhas de seus pais.
Há uma alegação de que a arma utilizada no crime, uma faca estilo a do Rambo, que até onde sabemos ainda NÃO foi encontrada, teve o cabo ESQUECIDO ou PROPOSITALMENTE abandonado pelo assassino na cena do crime, ao lado dos corpos de Madison e Kaylee, e essa evidência continha traços de DNA.
A polícia jogou o material no banco de dados, catou ali umas coisinhas do lixo dos pais de Brian quando tinham certeza que eram eles quem estavam colocando o lixo e chegou à seguinte conclusão: o PAI de Brian é, noventa e nove vírgula noventa e nove por cento, compatível com a paternidade de quem segurava a bainha da faca encontrada na cena.
Ou seja, ele NÃO é o assassino, mas seu filho, pelo laudo, sim.
Aí já era evidência de lascar, porque contra DNA não há argumentos. MAS, quem sabe, ele poderia estar tendo alguma coisa com alguma das meninas, tenha ido na casa, espalhado DNA, vai saber, então a polícia começou a pegar mais coisinhas aqui e ali e o CELULAR do Brian é quase uma prova circunstancial.
Isso porque ele DESLIGOU o celular por volta de duas da manhã de treze de novembro de dois mil e vinte e dois e voltou a ligar o aparelho por volta de dez pra cinco da manhã. E onde o sinal foi captado? Isso mesmo: pertinho de Moscow, Idaho.
Ué, se ele realmente for o assassino, e tiver aprendido nas aulas de criminologia que o sinal de celular é captado por redes e pode ser triangulado pela polícia, que determina um raio de tantos quilômetros de distância entre o suspeito e a cena do crime, ter desligado o aparelho foi JUSTAMENTE o que o colocou mais ainda ali dentro.
Pensa comigo: se uma pessoa está em casa, de boas, vivendo sua vida, você não desliga o telefone em um intervalo bem específico de tempo. E se um dia fizer isso, e tiver um homicídio quádruplo ocorrido na região onde o último sinal do seu telefone foi captado, não seria essa uma coincidência horrenda?
Mais fácil ganhar na mega sena.
Puxando o histórico, eles viram que o celular de Brian esteve bem perto da casa dos estudantes pelo menos DOZE vezes entre junho e novembro do ano passado. E sabe onde é que o sinal de celular foi captado na tarde de treze de novembro, quando a polícia já estava na cena do crime? ADIVINHA. Isso mesmo: em Moscow.
Quem seguiu esse caso desde o início vai se lembrar que a polícia avisou logo na primeira semana de investigação que era um homicídio focado NAQUELAS pessoas, depois disse que talvez não, e o que eu penso agora sobre isso tudo é que talvez a polícia soubesse desde o princípio que a pista do Hyundai era certeira e quisesse distrair o cara.
Afinal, você joga ali o CPF dele e vê que ele tá estudante de criminologia, qualquer coisinha que você fala na TV ele teria mais habilidade de interpretar que um criminoso sem pós-graduação na área, mas essa é uma coisa da minha cabeça. É porque do que parecia ser uma ação orquestrada pelos três patetas, com tantos desencontros de informação, tantos boatos surgindo, as autoridades até que construíram um caso bem sólido contra Brian em menos de DOIS meses.
E vale lembrar que as ordens de selo e mordaça ainda estão vigentes, então tudo o que qualquer pessoa disser nesse momento vai ser isso, suposição. É possível que o sigilo do mandado de busca e apreensão na casa, no carro e nas roupas de Brian caia no dia primeiro de março, e aí a gente vai saber com um pouco mais de certeza se a polícia apresentou evidências ainda mais fortes contra ele.
De acordo com especialistas que estão acompanhando o caso aqui nos Estados Unidos, é provável que a QUANTIDADE de evidências se sobressaia à QUALIDADE delas quando o julgamento for feito, já que esse é um caso CIRCUNSTANCIAL. Isso significa que, como não há testemunha ocular, as evidências devem ser fortes o suficiente para serem consideradas CIRCUNSTÂNCIAS do crime, ou provas.
E ainda tem mais uma coisa que ainda não te contei e que contribuiu MUITO para a acusação contra Brian Kohberger: o depoimento de Dylan Mortensen.
BLOCO 3: A SOBREVIVENTE
Dylan Mortensen, de dezenove anos, é estudante da Universidade de Idaho e uma das sobreviventes do massacre à república onde ela vivia com Xena, Madison, Kaylee e Bethany Funke, também com dezenove anos, que é a segunda a sair desse episódio com vida.

Recentemente ela deu um depoimento dizendo que chegou a topar com o assassino no corredor da casa, mas que ele simplesmente passou por ela e foi embora. Seu quarto era no segundo andar, o mesmo andar onde dormiam Xena e Ethan, e ela disse que chegou, sim, a ouvir barulhos, que presumiu ser Kaylee brincando com seu cachorro, que estava latindo.
Em algum momento, ela ouviu vozes dizendo TEM ALGUÉM AQUI.
O depoimento é um pouco bagunçado, o que é até normal, porque se a gente somar o cansaço de quem está dormindo a um trauma do tamanho de dar de cara com um assassino no corredor da sua casa, não é fácil pedir que a garota seja específica. Mas ela forneceu dados muito relevantes à polícia, como ouvir que Xena estava vendo vídeos no TikTok e barulhos de choro, que na hora ela pensou ser dos vídeos do TikTok.
ANTES de ver o assassino no corredor, ela ainda diz ter ouvido uma voz masculina, provavelmente Ethan, dizendo, abre aspas,
TUDO BEM, VOU AJUDÁ-LO,
Fecha aspas.
Por fim, ela ouviu uma barulhada acontecendo por volta de quatro e dezessete, quando resolveu sair do quarto e foi AÍ que viu um homem de roupas pretas e máscara caminhando em sua direção. Apesar de estar com o rosto parcialmente coberto, ela o descreveu como alto, não muito musculoso, mas com um corpo atlético, e sobrancelhas grossas, que quase se encontravam no nariz.
Toda a descrição bate com características físicas de Brian. Os barulhos todos, exceto o das conversas que ela pode ter ouvido, foram captados em áudio pelas câmeras de segurança das casas vizinhas.
Na tarde do crime uma ligação foi feita de dentro da casa para o nove, um, um, pedindo ajuda para uma pessoa inconsciente. Sabe-se que essa ligação foi ou de Dylan ou de Bethany, embora a polícia não tenha divulgado QUAL delas ligou.
Fato é que a espera de oito horas para chamar ajuda foi questionada pelas autoridades, e Dylan disse que, ao ver o homem no corredor, ela acabou congelando de medo, e não teve reação alguma. Ela também ficou com medo de ver por conta própria o que tinha acontecido e até chamou amigos para ajudá-la nesse momento catatônico.
E aqui vai mais uma teoria MINHA: às vezes ela chamou pela amiga ou o namorado que sabia que estavam em casa, porque ouviu o TikTok e tal, e como não houve resposta, ligou pedindo ajuda para alguém inconsciente. É só uma suposição, mas pode ter sido isso, já que muitos médicos especialistas deram entrevistas dizendo que o que Dylan passou realmente é possível: o desequilíbrio entre a descarga de adrenalina e a volta ao normal pode, sim, congelar a gente de medo.
Não é só uma expressão, é algo REAL.
Contudo, e embora os familiares de Kaylee Goncalves, que estão mega ativos nas entrevistas, tenham pedido para que ninguém culpe Dylan por demorar a chamar a polícia, a internet ainda discute uma pontinha solta nesse comportamento: se ela estava paralisada pelo medo, como conseguiu chamar amigos para ver o que estava acontecendo, antes mesmo de chamar a polícia?
Outra coisa interessante sobre o depoimento de Dylan é quando ela fala dos barulhos que ouviu, e que podem, sim, ter se confundido com barulhos normais de uma república de jovens que vive em um entra e sai de gente o tempo todo.
Algumas imagens oficiais da polícia apareceram, mostrando duas vezes em que a polícia foi à república por causa de reclamação de barulho dos vizinhos, poucos meses antes.
Na primeira, Kaylee aparece bem plena, durante o dia, conversando com um policial e afirmando que não ia ter mais barulho. Um cara está com ela e se senta do lado de fora da casa para fumar enquanto ela fala com as autoridades.
Na outra, aparentemente de madrugada, Xana parece um pouco alterada, como se estivesse bêbada. Ela segura a identidade e repete que estava indo dormir, mas que os amigos não saíam da casa, e dá pra ver que está com medo de, sei lá, ser presa, já que ela fala várias vezes que ainda não tem vinte e um anos.
Mas, no dia das mortes, ainda que câmeras de segurança dos vizinhos tenham captado o som do cachorro latindo, e alguns gritos, NENHUMA chamada foi feita para a polícia, por ninguém, o que é esquisito. Música alta na casa de jovens estudantes pode ser um saco, mesmo, e ninguém é obrigado, mas será que gritaria e cachorro latindo não seriam motivos para colocar os vizinhos em alerta?
Lembrando que o cachorro de Kaylee também sobreviveu ao ataque à dona e aos três amigos.
BLOCO 4: O QUE VEM POR AÍ
A noticia mais recente, do dia 19 de janeiro, segundo a BBC e que Uma fronha manchada de marrom avermelhado e fios de cabelo estão entre os itens apreendidos pela polícia no apartamento do suspeito de assassinato de Idaho, Bryan Kohberger, de acordo com um mandado de busca.
Em doze de janeiro, poucos dias antes da gravação desse episódio, Brian Kohberger deu uma declaração juramentada em que renuncia seu direito de ter uma audiência preliminar rápida, em até quatorze dias após apresentação do acusado à corte.
Em vez disso, a advogada de Brian, e o próprio Brian, declararam estar cientes de que esse direito foi recusado e pediram o agendamento da audiência preliminar para definição de causa ou motivação para o final de junho, bem como um prazo de cinco dias para o decorrer dessa audiência. A juíza, então, marcou para o dia vinte e seis de junho, às nove da manhã.
Esse ainda NÃO é o julgamento do caso e, aliás, o julgamento pode levar ANOS para acontecer. O que vai acontecer em junho é um encontro entre as partes para apresentação de provas ou evidências circunstancias capazes tanto de fortalecer a acusação contra Brian quanto melhorar suas chances de defesa.
Isso porque, segundo especialistas, a advogada de defesa pediu cinco dias de audiência, e geralmente esse tipo de encontro demora uma tarde. Alguns acreditam que, com o prazo estendido, a estratégia da defesa é desafiar algumas das possíveis causas, baseadas nas evidências apresentadas, de repente trazendo até mais testemunhas de defesa para derrubar o caso que a promotoria está levantando.
Tudo isso porque esse é um provável caso em que se aplique a PENA DE MORTE, e sem testemunhas, ou seja, todo circunstancial, como falamos, é preciso analisar e montar acusação e defesa com cuidado e precisão, para evitar qualquer injustiça, seja mandar um inocente para o corredor da morte ou deixar livre um homem culpado.
Mas essas são cenas dos próximos capítulos, até porque, ainda que seja julgado e condenado pelos crimes, o acusado pode ficar ANOS no corredor da morte, se essa for a pena imposta.
É importante falar que a gente escreveu esse roteiro inteiro baseado em fontes OFICIAIS, ou seja, a gente assistiu à declaração juramentada do Brian, vimos os vídeos que a polícia divulgou e acessamos informações sobre possíveis evidências e suspeições diretamente dessas fontes oficiais, através de documentos disponibilizados ao público pela internet.
Isso porque tem uma boataria danada, um monte de gente inventando teoria e até umas coisas bem bizarras, tipo a Tiktoker Ashley Gillard que fez um vídeo acusando, sem provas e só na base do “tenho certeza”, a professora Rebecca Scofield, da Universidade de Idaho, de ser a verdadeira assassina.
Muita gente também já saiu dizendo que Brian tinha um caso com uma das meninas, ou que poderia ser o fornecedor de drogas da casa, mas até onde se sabe nada disso se sustenta. O advogado da família de Kaylee Goncalves, Shannon Grey, disse que nenhuma conexão entre Brian e as vítimas foi feita, de nenhuma natureza. A única coisa que se sabe é que ele seguia tanto a Kaylee quanto a Madison no Instagram.
E aqui eu levantei hipóteses, avisando que eram MINHAS, da MINHA cabeça, e você também deve ter as suas, mas é sempre bom lembrar que, na letra da lei estado-unidense, todo mundo é inocente até que se prove o contrário. Por mais que as evidências pesem DEMAIS contra Brian, ele tem direito a ampla defesa e a um julgamento justo.
Mesma coisa sobre a Dylan, a sobrevivente: até que se prove qualquer conexão dela com o assassino ou os assassinatos, ninguém tem o direito de jogar hate em cima dela, botar culpa nem nada, a menos, é claro, que já tenha estado em uma cena de crime onde quatro amigos foram brutalmente mortos e que o assassino tenha poupado sua vida só porque sim.
Talvez nem nesse contexto a gente tenha o direito de julgar a menina, embora a língua coce pra falar “MAS GENTE ELA PODIA TER FEITO ALGUMA COISA”. Todo mundo sempre pode fazer alguma coisa, até o momento em que não pode fazer mais coisa alguma.
Quanto a Brian, ele vai seguir sob custódia judicial, preso preventivamente, provavelmente até o dia do julgamento. Ele está isolado dos outros presos da instituição onde se encontra para aguardar o júri e é constantemente supervisionado contra potenciais tentativas de suicídio.