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O julgamento do século para o crime perfeito

Alguns casos de amor não chegam até o “felizes para sempre” porque tem alguém de fora que não acha que o enredo merece esse tipo de final. Edward Hall e Eleanor Mills que o digam…

O caso de hoje é considerado um dos maiores mistérios criminais da história americana e é até hoje debatido pela população. É, também, rotulado como um dos primeiros casos em que a mídia demonstrou um frenesi enorme na cobertura do crime e dos eventos que se sucederam. 

Ele aconteceu em setembro de mil, novecentos e vinte e dois, há cem anos, e seu julgamento, em dezembro de mil novecentos e vinte e seis, considerado o “julgamento do século” antes de todos os outros que vieram depois e também foram considerados exatamente isso, não apontou culpados.

Ao contrário: esse parece ser o caso que define o conceito de CRIME PERFEITO. 

E, como todos os envolvidos nele já estão mortos, talvez a gente nunca descubra a verdade sobre o que aconteceu naquele campo de New Brunswick, Nova Jersey. Mas isso não impediu que criminalistas, autores de ficção, roteiristas de cinema e, claro, os investigadores da internet apontassem, ao longo dos últimos cem anos, teorias sobre o assunto.

Se você ainda não conhece este caso, prepara a pipoca: está começando mais um episódio de Casos Reais e, dessa vez, vamos falar do famoso Hall-Mills Murders Case. 

Edward Wheeler Hall tinha quarenta e um anos e era reverendo da igreja episcopal São João Evangelista em New Brunswick, Nova Jersey. Esse cargo é historicamente reconhecido como de muita importância e influência sobre a comunidade. Quem é bastante religioso e frequenta igrejas e templos sabe que padres, pastores e reverendos são praticamente celebridades. 

Se hoje já é assim, imagina naquela época, em que o líder religioso e espiritual era uma das maiores vozes do povo na cidade?

Edward Hall se casou em mil, novecentos e onze com Frances Noel Stevens, que era sete anos mais velha do que ele. Ela não era considerada muito bonita ou atraente, mas vinha de uma família muito rica, e isso parece ter motivado Edward, que era reconhecido por seus superiores como um “mulherengo nato”. Passava tempo demais com as mulheres da congregação e tempo de menos em casa, com a própria esposa.

Eleanor Mills tinha trinta e quatro anos na época do crime e era casada com James Mills há dezesseis anos, já que a união foi motivada pela gravidez da moça, que teve Charlotte. Mais tarde, Eleanor e James também tiveram Daniel, na época com doze anos. 

Filha de imigrantes, Eleanor falava alemão fluente, por causa de seu pai, que só falava em alemão quando ela ainda era pequena. Sua juventude foi marcada por diversos casos hospitalares e, por isso, ela era conhecida como uma pessoa de saúde frágil. Em janeiro de mil novecentos e vinte e dois ela tirou um dos rins. 

Ela cantava no coro da igreja e seu marido, James, era sacristão, ou seja, ambos frequentavam E meio que trabalhavam na São João Evangelista, essa mesmo, onde Edward era o reverendo. 

Edward Wheeler Hall e Eleanor Mills

Em um sábado de setembro de mil novecentos e vinte e dois, a polícia de New Brunswick foi chamada para averiguar um campo na propriedade da Fazenda Phillips, onde dois corpos foram encontrados debaixo de uma macieira. Eram um homem e uma mulher. Eles estavam perfeitamente deitados, um ao lado do outro, com as costas no chão. O rosto do homem estava coberto por um chapéu, com um rasgo no tecido, e sua mão estava posicionada em cima do pescoço da mulher, que tinha dois cortes na garganta, como se tivessem tentado decapitá-la.

Os cadáveres estavam vestidos e, aos pés do corpo do homem estava um cartão de visitas do reverendo Edward Hall. Ele era o homem cujo rosto estava escondido pelo chapéu, e tinha a marca de um tiro acima da orelha direita.

A mulher, além dos cortes na garganta, feitos talvez pelo mesmo objeto que rasgou o chapéu de Edward, levou três tiros no lado direito do rosto, sendo um na testa, um na boca e um perto da têmpora. Ela era Eleanor Mills, conhecida por cantar no coro da igreja de São João Evangelista, liderada por Edward.

A cena, bem incomum, tinha outro elemento peculiar: ao redor do corpo estavam picotes de papel que, quando ajuntados, revelavam cartas de amor escritas à mão. Os destinatários e os remetentes eram os dois corpos ali deitados. E foi assim que a polícia descobriu que Edward e Eleanor eram AMANTES.

Algumas fontes dizem que os boatos corriam e toda a comunidade sabia do envolvimento dos dois. Então, pelo menos UMA pessoa que sabia do caso resolveu acabar com ele.

Mas QUEM?

Descobrir quem era essa pessoa foi difícil desde o começo, porque a polícia fez TUDO errado. Tipo, pegaram o manual de investigação de cena de crime e decidiram:

Esse troço aqui é muito chato! E se a gente fizer o CONTRÁRIO disso?

Então, não teve isolamento da cena do crime, não teve foto dos corpos, a galera chegava ali perto do casal morto e pegava o que queria e que poderia servir como evidência, era uma bagunça completa. E as autoridades SABIAM que tinham cometido erro atrás de erro desde o começo, só que, pelo visto, não estavam nem aí.

Motivo: as vítimas eram de New Brunswick, mas o campo em que foram encontradas era da região de Somerset County. Ou seja, outra jurisdição, outras autoridades que resolvessem essa bagunça toda. 

Abraham Beekman era o promotor de Somerset County naquela época e ele também não tinha muito interesse em apresentar denúncia contra o assassinato de pessoas de muita influência em New Brunswick. 

Reverendo, lembra? Além disso, a família de Frances, a esposa dele, era bem de vida e também bastante influente na comunidade. Por todos os lados o que as autoridades viam era muita popularidade, muita comoção. E com o REVERENDO, casado com uma FIGURONA, tendo um CASO com a CANTORA do coral, cujo marido era SACRISTÃO, pensa na fofoca e no desgaste.

Quer dizer, a gente PODE pensar nisso tudo, porque a gente é mero espectador desse caso, mas o Beekman não podia não. Ele era o PROMOTOR. Ele TINHA que oferecer a denúncia do crime. Mas queria? Não. Então, a lambança da cena do crime foi feita e ficou por isso mesmo.

E, olha, o que tinha ali era crime, viu? Evidências mil. Tudo bem que estamos falando do início do século vinte, o exame de DNA estava loooonge de ser viável, mas uma coisa nunca muda em casos de homicídio, desde o primeiro caso das cavernas até aqui:

Mata quem tem motivo, meio e oportunidade. 

Quem teria motivo para matar um casal de amantes? E quem teria o meio – que, nesse caso, foi uma arma de fogo e uma espécie de faca, para quase decapitar Eleanor? E a oportunidade, ou seja, o conhecimento de que aquele casal estaria ali, naquele local, naquela hora, e que dificilmente seria pego se fizesse o ataque?

Ou até quem teria a oportunidade de forçar o casal a ir até esse local do campo, conhecido como Lover’s Lane, ou Rua dos Apaixonados, em tradução livre – e que tem esse nome justamente por ser esse trecho um local mais privado e propício à pegação?

Como é comum em casos desses, os primeiros suspeitos, naturalmente, foram James, marido de Eleanor, e Frances, esposa de Edward.

James Mills ajoelhado perto do túmulo da esposa

Só que algumas coisas muito curiosas já tirariam os dois da reta… 

A primeira é que, como eu contei, a comunidade inteira sabia do caso do reverendo com a cantora do coral. Inclusive Frances, a esposa, que não parecia ligar nem um pouco para o fato. Ela tinha muito dinheiro, muita influência e sabia que Edward não iria deixá-la nunca. 

Ele continuaria sendo mulherengo até Deus sabe quando, mas não sairia desse casamento por nada.

A segunda é que, do lado de Eleanor, o casamento também era praticamente só de fachada. Ela dividia o quarto do sótão com a filha, Charlotte, porque já não dormia com James há muito tempo. 

Quando a polícia estava investigando o crime, ele disse que não sabia sobre o caso, até que foi levado a depor e, nesse depoimento, confessou que, sim, sabia do envolvimento de Edward e Eleanor, mas que não ligava nem um pouquinho.

A mesma coisa aconteceu com Frances: ela negou várias vezes saber da traição do marido, mas sua melhor amiga disse que ela e Edward até faziam PIADAS sobre isso.

Ou seja,

Esse provavelmente é o único crime passional na história da humanidade em que nenhuma das partes envolvidas e principais suspeitas pareciam ser REALMENTE apaixonadas pelas vítimas…

Outra curiosidade que algumas fontes levantam é que as fotos do reverendo Edward, que saíam nos jornais da época, pareciam retocadas para fazê-lo parecer mais jovem e atraente do que ele realmente era. Dizem que, no julgamento, ao mostrarem a Charlotte fotos do casal de amantes, ela teria dito, abre aspas,

Sim, essa é minha mãe, mas o Reverendo não se parecia com essa foto não, fecha aspas.

Então temos duas pessoas que foram traídas mas que, aparentemente, não davam a MÍNIMA pra isso, porque não se relacionavam de maneira conjugal com seus esposos e duas vítimas que não atraíam muitos olhares da concorrência, ou seja, embora Edward tenha fama de mulherengo, até onde se saiba, Eleanor era sua única amante e nenhuma outra mulher se interessava amorosamente por ele.

Além disso, temos uma cena do crime totalmente contaminada, com evidências a essa altura inexistentes ou inúteis, e o promotor, o tal do Beakman, sem mover um dedo para solucionar o caso. O rolê já estava nas capas de jornais, New Brunswick estava vivendo o ápice de sua popularidade, rumores correndo por todos os lados e o promotor fingindo que não era com ele. Duas semanas se passaram com as manchetes ficando cada vez mais sensacionalistas e NADA.

Aí, entra na parada pra investigar por conta própria a única pessoa que parecia ligar para Eleanor e queria encontrar justiça para sua morte: Eleanor, a filha de dezesseis anos. 

Cansada de esperar por respostas que nunca vinham, enquanto o caso esfriava, ela escreveu uma carta para o governador de New Jersey, que na época era Edward Edwards, pedindo ajuda. Então, ele manda um investigador ao condado APENAS para colher pistas sobre o duplo homicídio. Era Wilbur A. Mott, ex-promotor do condado de Essex, e ele conseguiu o que a polícia local ainda não tinha conseguido: testemunhas.

Três pessoas foram importantes para esse momento das investigações, porque viram Eleanor momentos antes do crime, se dirigindo para o lado da Lover’s Lane. 

A testemunha que ganhou mais destaque da mídia foi Jane Gibson, que na época tinha cinquenta e dois anos e morava em uma área de fazenda em New Brunswick, onde criava porcos e morava com seu filho. 

Ela JUROU de pé junto para Mott que viu tudo e sabia de tudo o que tinha acontecido, ainda que a fazenda onde ela morava não fosse perto do local do crime e ela não tivesse o hábito de passear por aquela parte do campo.

A história que ela contou foi a seguinte: seu cachorro estava latindo muito na noite do crime e ela chegou a ver um homem no milharal. Então, pegou sua mula e SEGUIU esse homem até uma parte do campo onde viu quatro pessoas.  Se escondeu atrás de uma moita quando percebeu se tratar de uma briga, pois as pessoas discutiam, e dali ouviu gritos e tiros. Primeiro um tiro só, depois um grito de mulher, depois mais três tiros.

Quando os tiros cessaram, ela diz ter ouvido uma voz de mulher gritar HENRY! algumas vezes. Foi então que percebeu se tratar de Frances Hall, a esposa de Edward, Willie e Henry Stevens, irmãos de Frances. 

O investigador comprou essa versão e se preparou para apresentá-la no tribunal, quatro anos depois, de forma confiante: Frances tinha o motivo, um marido infiel, Willie tinha a arma, que era compatível à pistola utilizada no crime, e Henry teria a oportunidade, já que sabia atirar e estava no local para ajudar os familiares.

O problema que Mott não considerou é que Jane era conhecida na comunidade por ser alguém que gostava MUITO de atenção. Sabe aquelas pessoas que querem fazer parte de um acontecimento de qualquer jeito? Pois é. Querendo solucionar logo o caso e deixar o governador feliz, ele não considerou, por exemplo, que a fazenda onde ela morava era consideravelmente longe do local do crime.

Como se não fosse estranho o fato de uma senhora sair de casa tarde da noite, montada em uma mula, pra perseguir um homem no milharal porque seu cachorro estava latindo, Mott também desconsiderou que, a cada vez que Jane contava a história, ao longo dos anos, alguns detalhes de sua versão mudavam drasticamente.

Por exemplo: o número de pessoas que ela avistou. Às vezes eram quatro, às vezes eram só três… ela estava atrás da moita e viu tudo, mas, depois, não viu nada, mas ouviu a discussão, os tiros e os gritos por Henry… Mott não considerou SEQUER que os suspeitos tinham álibis consistentes. O próprio Henry, pelo qual Frances teria gritado, segundo Jane Gibson, estava pescando a quilômetros de distância, em outra cidade, e naquela época não tinham aviões comerciais ou carros velozes o suficiente para que ele pudesse estar nos dois lugares no mesmo dia.

Então, por que ele estava confiante com essa testemunha? Porque, pouco antes do julgamento, uma outra testemunha apareceu. Era uma das empregadas da mansão de Frances e Edward dizendo que ouviu conversas incriminadoras entre os irmãos e que Willie agia de forma muito estranha, o tempo todo.

Hoje em dia a gente brinca que “se tá na internet, é verdade”, e parece que naquela época a vibe era “se a pessoa tá estranha, foi ela”. Só que o que a gente sabe HOJE, e que as pessoas não sabiam na época do crime, é que Willie não agia de forma muito estranha porque era culpado, mas porque estava no espectro do autismo, mais precisamente diagnosticado, mais tarde, com Síndrome de Asperger. 

E uma de suas características mais marcantes e populares é que ele tinha PAVOR à morte. Ele chegou a trabalhar um tempo no corpo de bombeiros local, em cargo administrativo, porque não suportava a ideia de ver cadáveres. Como, então, não só forneceria a arma como, também, estaria PRESENTE na cena do crime?

Corta para o dia do julgamento em que Jane Gibson é convidada a depor e ela está simplesmente de cama, padecendo de câncer, doença que a mataria quatro anos depois dessa data. Ela estava LITERALMENTE em uma cama quando depôs sob juramento e deu uma versão maaaaaais ou meeeeenos igual à primeira que contou a Mott. Só que o júri não comprou a narrativa. Até a própria mãe de Jane, que a acompanhava no tribunal, disse que era difícil acreditar que aquela história tinha algum fundamento.

Jane Gibson no tribunal

E o resultado foi que todos os suspeitos, sustentados por seus álibis, foram inocentados de qualquer queixa. O “julgamento do século”, como ficou conhecido o fechamento do caso Hall-Mills, forneceu material para a mídia, fotos sensacionalistas, incluindo a de Jane em uma maca hospitalar no meio do júri, e muitos boatos para a cidade toda, de que os irmãos tinham se livrado porque eram ricos e influentes. 

Em outras palavras, esse julgamento pode ser considerado tudo, MENOS o FECHAMENTO para os familiares das vítimas, em especial a Charlotte, que morreu aos quarenta e cinco anos sem saber quem matou sua mãe de forma tão brutal. 

Mas Charlotte não esteve sozinha em sua ignorância: cem anos depois do acontecimento, NINGUÉM NO MUNDO faz a MENOR ideia de quem é o assassino de Edward Hall e Eleanor Mills, o que coloca nesse caso o rótulo de crime perfeito.

Contudo, teorias não faltam – e, aqui, vou falar das mais populares, porque tem grupo de Facebook, no Reddit, tem artigo acadêmico que destaca as influências do crime no romance O Grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald, publicado em mil novecentos e vinte e cinco e por aí vai. 

Eu queria falar sobre TODAS elas, e a Lais queria MUITO que esse episódio tivesse umas QUINZE horas de duração, porque é um caso realmente muito curioso, mas como a gente sabe que não dá pra falar tanto assim de um caso sem fazer um documentário sobre ele em uma plataforma de streaming, vou dar uma resumida aqui.

A primeira e, até certo ponto, mais crível delas é que tenha sido um crime de motivação amorosa, mesmo. As pessoas tem certo apego à intenção de Frances em matar o marido, já que sua família tinha dinheiro e influência o suficiente para calar as autoridades. Nenhuma fonte que pesquisamos coloca em dúvida a inocência de James Mills, embora ele possa ter se sentido humilhado por ser traído quase que publicamente por Eleanor.

A segunda teoria, que ninguém consegue explicar muito bem, mas que por algum motivo é bem popular, é que a Ku Klux Klan, grupo supremacista dos Estados Unidos, estava envolvida no caso. Algumas pessoas acreditam que o fato de a família Mills ser pobre, enquanto os Hall eram extremamente ricos, motivou algum tipo de vingança dos extremistas que escolheram o casal para mandar um recado, ainda que não se saiba que recado ou para quem.

Sério: essa teoria é BEM popular, mas parece uma viagem de ácido, porque ninguém sabe detalhar mais do que essas poucas informações.

E a terceira, menos provável, até pela brutalidade dos ferimentos de Eleanor, é de um assalto que deu errado. Afinal, se alguém vai assaltar um casal no meio do nada, e matá-lo para não deixar suspeitas, por que vai arrumar os corpos, fazer ali toda uma cena, ele com a mão no pescoço dela, chapéu cobrindo o rosto, ela quase decapitada e tudo o mais? 

O assaltante precisaria ter tempo e muito sangue frio pra fazer uma coisa dessas antes de fugir com alguns trocados…

… MAS, e é bom lembrar, esse é o caso mais famoso de mistério não resolvido em casos criminais dos Estados Unidos. Pode ter sido qualquer pessoa, com qualquer motivo, meio e oportunidade e, mesmo com tanta gente ainda investigando por conta própria, talvez a gente nunca saiba de fato o que aconteceu naquela noite de setembro de mil novecentos e vinte e dois.

Pra finalizar, esse é um caso muito peculiar em que todas as pessoas diretamente envolvidas nele já morreram, mas acho que vale a pena dar um panorama sobre essas pessoas que, sendo inocentes ou culpadas, fizeram parte de um dos maiores mistérios criminais da história dos Estados Unidos.

Frances Noel Stevens, viúva de Edward, foi considerada uma das herdeiras do império Johnson & Johnson, e morreu em mil, novecentos e quarenta e dois, vinte anos após o crime, aos sessenta e oito anos de idade. 

James Mills sofreu com uma doença cardíaca até sua morte, aos oitenta e sete anos, em mil, novecentos e sessenta e cinco. O jornal The New York Times publicou seu falecimento dizendo que ele sobreviveu a quase todos os envolvidos no caso ocorrido quarenta e oito anos antes, incluindo os irmãos Stevens, Jane Gibson, os promotores e o juiz do julgamento do século, como o episódio de mil novecentos e vinte e seis ficou conhecido.

Charlotte Mills, a filha de Eleanor e James, morreu aos quarenta e cinco anos de idade, de causas naturais, após ficar hospitalizada por algumas semanas, no ano de mil, novecentos e cinquenta e dois, e não deixou filhos. Seu pai, James, e seu irmão, Daniel, eram vivos na época de seu falecimento. Ela esteve reclusa por mais de dez anos, depois do assassinato da mãe, e nos últimos anos de vida trabalhava em Nova York como supervisora de registro em uma agência bancária.

Daniel Mills, o filho de Eleanor e James, não aparece muito no caso porque na época ele era apenas uma criança de dez anos. De todas as pessoas que se ligam de alguma forma aos assassinatos, ele é a que faleceu mais recentemente, entre aspas, em mil novecentos e noventa e dois, trinta anos atrás, aos oitenta e um anos, e não deixou filhos. 

Assim, sem herdeiros do lado Hall, e sem herdeiros do lado Mills, não há ninguém que possa clamar a reabertura das investigações, mas o Grupo de Facebook chamado hall-Mills Murder Case ainda está ativo e tenta investigar o que de fato aconteceu aos amantes, quase cem anos depois de seu último passeio.

Roteiro e pesquisa: Lais Menini

Narração e pesquisa: Erika Miranda

https://www.nytimes.com/1922/10/29/archives/mrshall-declares-she-did-not-see-murder-of-rector-had-faith-in-her.html

https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Frances_Noel_Stevens_(1874-1942)_portrait_from_1922.jpg

https://en.wikipedia.org/wiki/Hall–Mills_murder_case#Eleanor_Reinhardt_Mills

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/57/James_Francis_Mills_%281878-1965%29_and_Charlotte_E._Mills_%281906-1952%29_in_1922.png

https://www.usatoday.com/story/life/books/2014/03/01/careless-people-murder-mayhem-and-the-invention-of-the-great-gatsby/5812325/

https://yalereview.org/article/hall-mills-murder-trial-1926

https://www.newspapers.com/image/324632098/?fcfToken=eyJhbGciOiJIUzI1NiIsInR5cCI6IkpXVCJ9.eyJmcmVlLXZpZXctaWQiOjMyNDYzMjA5OCwiaWF0IjoxNjczMDU1NTMyLCJleHAiOjE2NzMxNDE5MzJ9.PRkQ8kvWHx_GO3c6qimM308fCwXnc2mfNIB6jt3EI3U

https://timesmachine.nytimes.com/timesmachine/1965/11/09/95000495.pdf?pdf_redirect=true&ip=0

https://www.nytimes.com/1952/02/04/archives/charlotte-mills-dead-daughter-of-one-of-figures-in-jersey-murder.html

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